8ºs Anos B e C - Língua Portuguesa - 20/08
Leia:
Nossa vida
Lá em casa, a situação
estava difícil. O pai tinha ficado desempregado. A mãe achava que qualquer
trabalho podia pelo menos pagar a comida. A gente morava em Mambaí, Estado de
Goiás. Aí apareceu um emprego numa fazenda pro lado dos Gerais da Bahia, bem
perto da fronteira. Fui trabalhar junto com meus irmãos nessa tal fazenda. Era
o projeto de um grande banco, apoiado pelo governo.
A fazenda dizia que pagava o
salário, mas nunca existiu salário nenhum. No final do mês, tudo que se comia
ou se usava era descontado. Não sobrava nada de dinheiro. E a gente era
obrigada a trabalhar de sol a sol.
_Trabalho escravo ─ disseram
os peões de Mambaí que já tinham passado por isso.
_ Mas usar criança é
judiação! ─ falou um dia o dono do bar.
Disseram também que essas
fazendas usam crianças como trabalhadores porque fica mais barato. Quatro ou
cinco custam o mesmo que um adulto, comem menos, obedecem melhor e cada uma faz
o trabalho de gente grande.
O capataz da fazenda dizia
que o dinheiro podia sobrar se a gente trabalhasse direito. Ouvi falar de gente
que saiu de lá com dívida, mas não com dinheiro.
Se pelo menos a gente
estivesse se alimentando bem... Minha mãe não sabia que a comida na fazenda era
ruim. Achava que era frescura de criança. Mas não era, não. De manhãzinha, café
aguado com pão duro. No almoço, só coisa de entupir ─ macarrão puro ou arroz
com farinha.
Pro serviço na fazenda
render, o capataz fazia a gente trabalhar firme. Eu tenho catorze anos. Sou
forte. Mas meus irmãos e um monte de outras crianças com corpinho fraco faziam
serviço pesado de adulto ─ roçar e capinar era duro de lascar, mas a gente
ainda aguentava. O pior era carregar carrinhos de mão pesados, cheios de
material para a lavoura.
Ninguém tem ideia da vida
dura que a gente levava nessa fazenda dos Gerais da Bahia.
Paula Saldanha.
“Heróis dos Gerais”. São Paulo, FTD, 1998, p. 7-9.
ü Responda:
Questão 1 – O objetivo do texto é:
( ) divulgar algo.
( ) noticiar um fato.
( ) narrar uma história.
Questão 2 – Na parte “Disseram também que
essas fazendas usam crianças como trabalhadores porque fica mais barato.”, o
narrador revela:
( ) o motivo de essas fazendas usarem
crianças como trabalhadores.
( ) a finalidade de essas fazendas usarem
crianças como trabalhadores.
( ) a consequência de essas fazendas usarem
crianças como trabalhadores.
Questão 3 – O narrador do texto expõe uma
opinião na passagem:
( ) “Era o projeto de um grande banco, apoiado
pelo governo.”
( ) “De manhãzinha, café aguado com pão duro.”
( ) “Ninguém tem ideia da vida dura que a
gente levava nessa fazenda dos Gerais da Bahia.”
Questão 4 – A expressão grifada indica um
lugar no trecho:
( ) “Lá em casa, a situação estava
difícil.”
( ) “No final do mês, tudo que se comia ou se usava
era descontado.”
( ) “No almoço, só coisa de entupir ─ macarrão
puro ou arroz com farinha.”
Questão 5 – Em “Achava que era frescura de
criança.”, o narrador expressa o pensamento:
( ) de seu pai.
( ) de sua mãe.
( ) do capataz da fazenda.
Questão 6 – Na frase “Mas não era, não.”, a
repetição do termo “não”:
( ) reforça a negação.
( ) indica uma correção.
( ) estabelece uma contradição.
Questão 7 – No segmento “Pro serviço na
fazenda render, o capataz fazia a gente trabalhar firme.”, a palavra “firme”
exprime:
( ) o meio com que o capaz fazia a gente
trabalhar.
( ) o modo com que o capaz fazia a gente
trabalhar.
( ) a intensidade com que o capaz fazia a gente
trabalhar.
Questão 8 – Segundo o narrador, ele e seus
irmãos realizavam serviços bem pesados na fazenda dos Gerais da Bahia. O pior
deles era:
( )
“roçar”
( ) “capinar”
( ) “carregar carrinhos de mão pesados”
Geovana Borges Lira 8*b n*12
ResponderExcluir!)R:Narrar uma história
2)R:o motivo de essas fazendas usarem crianças como trabalhadores
3)R: Ninguém tem idéia da vida dura que a gente levava nessa fazenda dos Gerais da Bahia. "
4)R;Lá em casa, a situação estava difícil.
5)R:De sua mãe
6)R:Reforça a negação
7)R:a intensidade com que o capaz fazia a gente trabalhar.
8)R:“carregar carrinhos de mão pesados”